Sua carta ressou por aqui, Taís. Obrigado por compartilhar. Vivo um momento de exílio voluntário, num lugar repleto de expatriados em que as pessoas perguntam "onde é o seu lar?", em vez de perguntar de onde você vem. Eu me pego com dificuldade de dizer que o Brasil é o meu lar, porque enxergo o país onde nasci como um lugar violento por natureza. A violência está na gênese da nossa sociedade, no genocídio dos povos originários, na escravização dos povos africanos. De que outra forma uma minúscula elite branca conseguiria manter o controle sobre uma imensa população aprisionada senão pela violência? E essa violência não se esgota, ao contrário se recicla e se renova em formas mais sutis de apresentação, mas ainda sim violência. Sempre perpetrada pelos mesmos atores, contra as mesmas vítimas. Eu não quero isso pra mim, não quero isso para os meus filhos.
Que texto maravilhoso, Taís! Especialmente a costura sensível que você fez com a memória que Lélia nos ensinou, como país, a ter (ainda que muitos ignorem). Que alegria encontrar sua newsletter. A conheci quando você e Eliane de Christo falaram lindamente do "Mudar: Método", do Édouard Louis, na Biblioteca Mário de Andrade. Um abraço!
Sua carta ressou por aqui, Taís. Obrigado por compartilhar. Vivo um momento de exílio voluntário, num lugar repleto de expatriados em que as pessoas perguntam "onde é o seu lar?", em vez de perguntar de onde você vem. Eu me pego com dificuldade de dizer que o Brasil é o meu lar, porque enxergo o país onde nasci como um lugar violento por natureza. A violência está na gênese da nossa sociedade, no genocídio dos povos originários, na escravização dos povos africanos. De que outra forma uma minúscula elite branca conseguiria manter o controle sobre uma imensa população aprisionada senão pela violência? E essa violência não se esgota, ao contrário se recicla e se renova em formas mais sutis de apresentação, mas ainda sim violência. Sempre perpetrada pelos mesmos atores, contra as mesmas vítimas. Eu não quero isso pra mim, não quero isso para os meus filhos.
Que texto maravilhoso, Taís! Especialmente a costura sensível que você fez com a memória que Lélia nos ensinou, como país, a ter (ainda que muitos ignorem). Que alegria encontrar sua newsletter. A conheci quando você e Eliane de Christo falaram lindamente do "Mudar: Método", do Édouard Louis, na Biblioteca Mário de Andrade. Um abraço!
Quero ouvir o silêncio de Alaíde. ❤️