Inteira entre todas as minhas versões

lançando Expansão Marítima no Rio de Janeiro

Na última terça, dia 11, aconteceu o lançamento do Expansão Marítima no Rio de Janeiro, na livraria da Travessa de Botafogo.

Estava bastante ansiosa para essa data. Lançar um livro é uma espécie de ritual. Você está ali entregando ao mundo o produto de horas, meses, anos de trabalho (nem sempre, mas em grande parte solitário). Ser autora é uma posição de abertura e de vulnerabilidade e, nesse tipo de evento, essa exposição se intensifica.

Conversei sobre essa ansiedade com minha psicóloga na semana anterior ao lançamento. Dizia para ela que uma das coisas que me deixava tensa era imaginar as pessoas que estariam presente. Sempre tem o medo de flopar, de ser um evento esvaziado, mas também tem o nervosismo de lidar com muita gente.

Explicava que parecia emocionalmente desafiador reunir em um mesmo evento grupos e áreas diferentes da minha vida, desde minha família até colegas de profissão e doutorado, passando por amores e amigues. Afinal, todas essas pessoas conhecem uma versão própria de quem eu sou em um determinado contexto, no universo particular de cada relação.

Fora isso, tem outro elemento desafiador: todes estariam ali para me ver falar sobre um livro em que revelo verdades muito íntimas, ou seja, estariam também tendo acesso a novas camadas de quem eu sou, a histórias que até então não eram compartilhadas, pelo menos não publicamente.

Nos dias que antecederam o lançamento me perguntava como seria reunir todas essas pessoas para ver uma Taís escritora lançando seu livro. O que elas achariam? Será que eu daria conta de me abrir para essa intimidade? Como essas relação poderiam ser transformadas por esse encontro e pela leitura do Expansão Marítima?

Nesse ponto, minha psicóloga me perguntou se alguém entre as pessoas que estariam no lançamento me via inteira, mesmo me conhecendo a partir de um contexto particular. E fui tomada por um grande alívio só de reconhecer os olhares generosos dos amores que acompanham há anos tantas fases e momentos da minha vida, das minhas pessoas que sabem o que eu tenho de melhor e também de humano, complicado e contraditório.

Mais ainda, com essa pergunta, entendi que no lançamento do meu livro eu poderia estar, primeiro, comigo, em vez de me preocupar com os diferentes olhares e supostas expectativas sobre mim. Porque só eu conheço em detalhes os caminhos que me levaram até esse evento.

Estar inteira comigo porque quem conhece e cola todas essas versões fragmentadas sou eu.

E foi assim, tentando me manter próxima da minha trajetória até ali e confiando no amor das pessoas que são as minhas pessoas que me abri para viver o lançamento do Expansão Marítima.

Ainda estou elaborando tudo que aconteceu, mas foi lindo demais ver a Travessa lotada em plena terça-feira com tanta gente que amo e admiro. Cada abraço, palavra de carinho, sorriso e livro autografado me dava um quentinho no coração. Realizar um sonho acompanhada é sempre muito mais gostoso.

Saio desse lançamento em casa, na minha cidade, um pouco mais inteira e corajosa.

Se abrir para esse tipo de vulnerabilidade assusta, mas depois desse dia 11/06 eu confio que tenho em quem me segurar, com aconchego e cuidado 💛

Nossa tour de lançamentos continua! A próxima parada é na sexta dia 21/06 em São Paulo. Espero vocês na Livraria da Travessa de Pinheiros a partir das 19 horas!

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Oficina criativa presencial em Belo Horizonte

Em julho, estarei em Belo Horizonte para lançar o Expansão Marítima e também para mediar uma oficina criativa no Estratégias Narrativas!

A ideia da oficina Escutar o infantil, escrever a infância veio a partir da pesquisa e do processo de criação do meu novo livro, já que o Expansão Marítima se debruça sobre a infância de alguns personagens.

Para escrever essas histórias, foi preciso investigar como escutar o infantil que ainda fala na nossa vida adulta e em outras pessoas que escrevem a infância.

Como um modo de compartilhar essa investigação, nasce essa oficina de três encontros presenciais em que vamos ler textos de diferentes gêneros literários em busca de imagens de infância.

Assim, vamos ler autores como Annie Ernaux, Heleine Fernandes, Tatiana Pequeno, Paul B. Preciado, Floresta, Leíner Hoki, Estela Rosa, Calila Das Mercês, entre outres. Ao fim de cada encontro será proposto um exercício de escrita criativa a ser partilhado entre participantes.

A oficina será nos dias 03, 04 e 05 de julho, das 19h-21h, na Rua da Bahia, 1148, sl. 1537, ed. Maletta, Belo Horizonte/MG. O valor é R$290,00 e as vagas são limitadas (máx. 10 participantes)!

Vem escrever comigo nesse espaço incrível que o Estratégias Narrativas?

Para se inscrever, é só preencher o formulário deste link.

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